O Panorama Económico no pós-pandemia
O Panorama Económico no pós-pandemia
Embora nenhum de nós tenha uma
bola de cristal para olhar o futuro com confiança, temos a certeza que o mundo
depois do COVID19 não será igual, nem voltará a ser igual ao que conhecemos
antes. As grandes catástrofes são sempre disruptivas. E se alguns acham que se
amplifica em demasia esta urgência sanitária, o que é certo é que colocar a
economia em suspenso traz consequências. As nossas sociedades capitalistas já
pressagiavam esta situação, com um despoletar de uma enorme crise económica. A
monstruosa dívida mundial que ascende a três vezes o PIB mundial teria um dia
de colapsar e cobrar o seu tributo na nossa maneira de viver. A pandemia apenas
precipita essa crise e dá-lhe um bode expiatório, para que o capitalismo possa
gritar no seu estertor que não foi vencido. Mas foi e de que maneira!
Todos compreendemos agora
claramente o que é importante: as nossas vidas são mais importantes que os
mercados. Mas os mercados no seu leito de morte, querem ainda retaliar e
vingar-se e na transição para o mundo novo, vão castigar-nos com uma recessão tão
profunda que se não forem tomadas medidas imediatas, agora, as suas repercussões
se farão sentir por muito tempo na forma de pobreza miserável, e por arrasto uma tremenda
agitação social. Entre morrer de fome e morrer a lutar por sobreviver, a
escolha é obviamente fácil. E se a Elite pode fugir nos seus aviões e iates privados
para zonas não afetadas pelo vírus, não pode viver isolada. Ou os pobres
tomarão as suas propriedades agora abandonadas pelo seu isolamento.
Este artigo procura analisar as
atividades económicas que na transição para uma nova arquitetura de sociedade
desaparecerão ou terão de se reinventar profundamente, aquelas que poderão
contribuir para diminuir a miséria imediata, aquelas que prosperarão e
finalmente aquelas atividades que podem de forma individual ser sustentáculo para as
famílias.
Compete aos governos implementar
a legislação que favoreça esta mitigação dos problemas económicos e que quanto
mais cedo for feita, menos agudos serão os impactos. E os governantes precisam
de ter claro que os sonhos capitalistas chegaram ao fim.
Empresas condenadas a desaparecer ou a reinventarem-se
Companhias de aviação
As primeiras empresas a sofrerem
um impacto terrível são as companhias aéreas. O medo de novos surtos, a obrigação
de distanciamento social e o fim do turismo, vão ditar o fim das companhias
aéreas em especial as dedicadas ao transporte de passageiros.
Podem reinventar-se, reduzindo os voos de passageiros, que naturalmente continuarão a fazer-se mas
numa escala infinitamente menor, convertendo-se em companhias de transporte
de carga aérea. A conversão pode ser rapidamente realizada, arrancando os
bancos dos aviões e criando espaço para carga, com a vantagem de o preço dos
combustíveis estar em baixa e portanto, para o transporte de alguns produtos
(alimentares, flores, produtos eletrónicos, etc) ser muito competitivo face a
outras alternativas. Eventualmente estes aviões poderão ser
mistos, com uma área importante de carga e uma diminuta para passageiros, que podem
inclusive ser separadas por áreas de carga.
Indústria aeronáutica
Possivelmente assistiremos ao fim
de alguns grandes fabricantes, nomeadamente a Boeing. Possivelmente subsistirão
algum tempo na reconversão dos atuais aviões de passageiros em aviões de carga,
mas com a diminuição das viagens a necessidade de novos aviões não se fará
sentir por muito tempo.
Mesmo a aviação militar deverá
sofrer um decréscimo, já que a maioria dos recursos será canalizado para a
saúde. Eventualmente novos surtos, fruto das mutações do vírus, implicarão a
manutenção de medidas como as atuais de contenção, isolamento e distanciamento
social.
Hotelaria e restauração
A pandemia terá sobre este sector
económico um impacto devastador. O fim do turismo de massas, a necessidade de
isolamento sanitário, a obrigação do distanciamento social, arrasará esta
indústria.
Uma reinvenção possível, e ela
não será possível para todas as unidades, será reconverterem-se em hospitais. Podem
ser hospitais de quarentena para os que por motivos de suspeição de doença ou
para os que aguardem um segundo resultado que assegure a sua cura. Esta
reconversão será tanto mais viável, quanto se verifique que os indivíduos podem
ser infetados uma segunda vez, ou surjam novas mutações semelhantes que
inviabilizem a vacinação.
Outra reinvenção possível é
tornarem-se lares de terceira idade e aqui talvez um grande número de unidades
hoteleiras e pensões possam ter uma oportunidade. Estas unidades terão de estar
muito bem preparadas para proteger os seniores de qualquer surto futuro.
Compete ao governo favorecer a conversão e fiscalizar estas unidades para que
cumpram adequadamente o seu papel.
No caso dos restaurantes, cafés e
similares a razia será enorme. Mesmo que alguns se consigam reconverter em “take-away”,
nem todos o conseguirão fazer, já que são muitos. E os que o conseguirem fazer,
possivelmente vão operar com menos pessoal, contribuindo para o número de desempregados.
Outras atividades como as
discotecas, danceterias, pubs e a indústria dos cruzeiros serão fortemente afetadas
se não mesmo, condenadas a desaparecer.
Aliás todas as atividades
relacionadas com o turismo, serão as que mais impacto vão sofrer e as que mais
vão contribuir para o número crescente dos desempregados.
Empresas que podem operar baixando os preços ao consumidor
São empresas que operam hoje com
margens bastante elevadas e que numa situação de penúria devem contribuir para
aliviar o fardo de todos. Naturalmente estas empresas só o farão se forem obrigadas
e esse papel compete ao governo. Tem cabimento, se perante uma resistência
destas empresas em baixar as suas margens, a nacionalização.
Auto-estradas
A infra-estrutura está paga, não apresenta desgaste pela
utilização, até porque o número de veículos a por elas circular é menor.
Portanto, faz todo o sentido que os preços de utilização baixem. Ninguém
compreenderá que face a estes tempos de emergência as concessionárias insistam
em manter as suas margens de lucro. E caso insistam, expropriação.
Telecomunicações
Têm sido tempos maravilhosos para
as empresas de telecomunicações! Realmente face ao confinamento que outra
maneira de manter o contacto com a família e os amigos, e até os desconhecidos?
A internet revela-se essencial, para o tele-trabalho e para a educação, sendo
que muitos alunos por meio dela, conseguem ter as suas aulas e o contacto com
os professores. Já algum visionário havia defendido o direito à internet
(telecomunicações) como um Direito Humano, o que parece justificar-se agora
dada a natureza da pandemia.
Estas empresas têm operado a seu
bel-prazer impondo períodos de fidelização e abusando da sua posição. Os lucros
destas têm sido bem chorudos, mesmo com uma gestão perdulária e é chegado o
tempo, para que se reduzam as suas margens e sejam forçadas a melhorar as suas
redes. De facto, elas só funcionam bem onde dão lucro e o interior do país é
votado ao desprezo.
Chegou a hora de ajustar contas.
Neste caso, temos duas grandes operadoras
que trabalham em cartel, aproveitando o facto de não terem competição. Aqui a
nacionalização afigura-se-me sem dúvida mais difícil e seria preciso o governo
negociar com estas companhias. O Estado criar uma de raiz podia ser complicado,
mas não seria impossível e a criação de uma poderia até dar emprego a muita
gente, emprego que vai escassear.
Mas há uma alternativa que seria
favorável a todos: À semelhança do que foi feito na área da energia em que se
se separou a rede de distribuição dos fornecedores. Assim as empresas seriam
obrigadas a separar as redes de comunicações que detêm em empresas distintas
daquelas que atualmente fornecem serviços (internet, tv cabo e voz).
Ao separar as empresas de distribuição
(redes) das empresas de serviços (internet, voz e tv cabo) permitiriam a
entrada de novas empresas de serviços e viabilizariam a criação de redes em
áreas menos apelativas. Neste último caso uma empresa podia arriscar o
investimento e fornecer o seu serviço a todas as empresas que quisessem operar
na área. Ao mesmo tempo esta cisão entre redes e serviços iria fomentar algum
emprego.
Energia elétrica
A situação é de algum modo
semelhante às auto estradas e às empresas de comunicações. Embora não haja
monopólio há uma empresa dominante no mercado, com lucros avantajados em cada
ano. Em época de catástrofe é inadmissível uma coisa destas por dois motivos: A
estrutura está aí e pertence a outra empresa em regime de monopólio, portanto
as empresas que fornecem energia não têm custos com a manutenção da rede, isso
é problema da atual REN. E os custos com a produção de energia têm estado a
baixar por causa da descida do petróleo e do gás. A única coisa com que a EDP
se preocupa é com a manutenção de algumas barragens, já que tem estado a
vendê-las, e com os seus parques eólicos.
Há também um conjunto de rendas
exorbitantes pagas à EDP por tudo e mais alguma coisa. Chegou o tempo de a EDP
se chegar à frente e baixar as suas margens de lucro, forçando as concorrentes
a acompanharem esse movimento. Como?
A eliminação das rendas pagas à
EDP, o que tenho a noção, seria difícil mas que vale a pena tentar negociar.
Estabelecer preços máximos para o
kWh na eletricidade e para o metro cúbico de gás, quer o fornecido por
instalação fixa quer o de garrafa.
Combustíveis
Com base na baixa do petróleo e do gás nos mercados
internacionais, fazer com que o preço aos consumidores baixe também, é justo.
Essa baixa nos combustíveis deve ser refletida no preço
cobrado pelos transportes.
Empresas em expansão
Estas são as empresas que possivelmente estarão muito bem
com a crise e possivelmente até prosperarão.
Transportes
Os transportes de mercadorias prosperarão já que a
necessidade de transportar artigos de primeira necessidade, produtos farmacêuticos,
etc continuarão a fazer-se sentir e sem estes transportes as mercearias e
outros bens faltarão nas prateleiras.
Também para de alguma forma continuar a comercialização
internacional de produtos os transportes são essenciais.
Falamos de todo o tipo de transportes! Talvez o transporte
marítimo diminua um pouco, já que as produções de longas distâncias não serão
favorecidas. Buscar-se-à de preferência a produção local.
A evolução nos transportes passará pela introdução de
veículos autónomos, que viajarão autonomamente do ponto A ao ponto B sem
qualquer intervenção humana. Isto terá impacto em especial no transporte rodoviário
levando a mais desemprego de camionistas, pelo menos no longo prazo.
Provavelmente o mesmo irá acontecer com a aviação mercante, em que os aviões
irão sem nenhum piloto da origem ao destino por si mesmos, gerando mais
desempregados.
Também é de esperar que o uso de drones de transporte de
pequenas mercadorias, em especial no percurso final, à porta do consumidor, se
venha a tornar muito comum.
Indústria automóvel
A indústria automóvel resistirá,
mas não nos mesmos moldes. A queda será importante nos veículos particulares de
passageiros, os carros tenderão a ser mais simples e mais baratos, na sua
maioria elétricos por questões de sustentabilidade. Os carros elétricos exigem
menos manutenção e têm uma condução mais agradável. O grosso da construção,
passarão a ser os veículos de mercadorias autónomos que serão vendidos às
empresas de transportes.
Indústria dos drones
Os drones passarão a ter uma
utilização comum, em especial em meio urbano ou em substituição dos carteiros,
sim, mais uma vez levando a mais desemprego. Os drones passarão a ser mais
regulamentados, tendo os seus próprios corredores de circulação aéreos e
lugares de pouso definidos.
Haverá drones de capacidade
diferente, para transportarem mercadorias com peso/volume segundo categorias. Os
pesados terão corredores próprios, evitando habitações e só podendo aterrar e
pousar em armazéns com as devidas condições, para evitar acidentes, como a
carga cair em cima de alguém! Os ligeiros poderão circular em meio urbano com
alguns cuidados e aterrarem nos jardins ou nos quintais das pessoas.
Serão desenvolvidos drones de
emergência, quer para apoio médico, quer para combate a incêndios, bem como
drones de vigilância, já que os governos implementarão meios de controlar as
populações para garantirem que os contaminados não andam por aí à solta a infetar
outros. Os drones serão auxiliados pela informação relativa aos nossos telemóveis
e terá também câmaras com reconhecimento fácil para os casos em que alguém
decida ir correr sem levar o telemóvel. Esta presença ubíqua de câmaras reduzirá
a criminalidade e a nossa privacidade, no que será o novo normal.
Jogos eletrónicos
O fim progressivo de atividades
como o teatro, o cinema, o circo e outras artes performativas potenciará os
jogos eletrónicos como principal meio de diversão. Estes jogos tornar-se-ão
cada vez mais complexos e realistas, em especial com o desenvolvimento da
realidade virtual, oferecendo um universo 3D realista em que o jogar mergulha.
Vender-se-ão sistemas de
simulação ao invés de se venderem televisões. Aqui haverá espaço para muita
imaginação e também será onde haverão as melhores oportunidades de emprego.
O cinema será substituído por
jogos. Sendo que os jogos terão graus de interatividade diferenciados para
satisfazer a uma larga audiência.
Realidade virtual
Na limitação das deslocações e do
progressivo fim do turismo de massas, este passará a ser feito através de realidade
virtual e simuladores. A proximidade à realidade passará apenas a depender de
quão sofisticado for o seu sistema de realidade virtual, sendo que haverá para
todos os preços.
Os estúdios de cinema poderão
fazer parte desta conversão do turismo e serem eles a vender os conteúdos de
realidade virtual, não como cinema mas como espaços por onde o utilizador pode “passear”.
Terá as suas vantagens, pois em cada lugar que visitar não haverá pressão sobre os lugares, desgaste dos monumentos, banalização dos destinos. Os vendedores de realidade virtual poderão ter uma enorme oferta, já que os custos de produção se diluem na quantidade, e portanto podem disponibilizar uma oferta alargada. A única coisa que fica a faltar será o contacto com os autóctones. Mas estou certo que com a evolução da realidade virtual as empresas de conteúdos oferecerão avatares com os quais poderemos interagir.
Terá as suas vantagens, pois em cada lugar que visitar não haverá pressão sobre os lugares, desgaste dos monumentos, banalização dos destinos. Os vendedores de realidade virtual poderão ter uma enorme oferta, já que os custos de produção se diluem na quantidade, e portanto podem disponibilizar uma oferta alargada. A única coisa que fica a faltar será o contacto com os autóctones. Mas estou certo que com a evolução da realidade virtual as empresas de conteúdos oferecerão avatares com os quais poderemos interagir.
As férias passarão a consistir na
compra de um destes conteúdos de realidade virtual, ou as agências de viagens,
tornar-se-ão empresas de aluguer destes conteúdos virtuais, possivelmente com
cada agência especializando-se em determinados tipos, talvez uns de viagem às
praias, outros a museus, uns às paisagens geladas, etc. Inclusive as agências
poderão alugar os equipamentos de realidade virtual no pacote para que a
experiência seja fantástica. Imagine um simulador próprio para fazer mergulho
por exemplo, outro para fazer vela no meio do mar… As possibilidades são
infinitas!
Labfab
A indústria de produtos
massificados, passará a estar muito localizada globalmente e serão esse tipo de
produtos que constituirá o grosso do comércio mundial. Perfis de alumínio por
exemplo, serão fundidos apenas em alguns lugares, eventualmente próximo das
fontes de matérias-primas para não criar uma pegada ecológica muito grande. Presumo
que da mesma forma com os produtos em aço. Isto levará a um enorme rearranjo do
tecido industrial mundial. Mas que penso será benéfico em vários sentidos.
Exigirá uma cooperação entre nações ao invés de uma competição. O custo em
termos ecológicos também será significativamente menor.
No restante, onde não há vantagem
na massificação, esta simplesmente desaparecerá sendo substituída por uma nova
forma de produção. Esta nova forma levará a uma produção mais individualizada,
uma produção à medida das necessidades e onde o produto não será produzido com
a ideia da obsolescência rápida, mas antes na ideia da satisfação de uma
necessidade.
É difícil mostrar todas as perspetivas
que esta nova forma de produzir pode levar, mas talvez possa dar-lhe um
vislumbre: Imagine que quer um ferro de engomar. Nesta nova economia, ao invés
de ir a uma loja e ver vários ferros de engomar e optar por um, irá a uma loja
sim, mas para discutir com um entendido o que pode adquirir pelo valor que está
disposto a pagar! Este estudará consigo, quais as características que mais
valoriza num ferro de engomar e verá se elas encaixam no seu orçamento.
Estabelecido este primeiro caderno de encargos passará à fase do design, que
discutirá com o profissional adequado. Mercê da experiência deste, ele já tenha
alguns designs que lhe queira mostrar, mas se quiser uma coisa muito
particular, ou uma característica que se lembrou, como por exemplo que o ferro
de engomar tenha um laser para que possa fazer um vinco de calças perfeito…
Finalizado o produto, mostrar-lho-ão em realidade virtual. Algumas lojas mais
sofisticadas que outras poderão mesmo dar-lhe um simulador virtual em que até
mesmo o peso do ferro de engomar possa ser simulado! Serão esses equipamentos e
os profissionais que o assistirão que serão o fator diferenciador entre as
lojas. Umas oferecer-lhe-ão o que já foi feito para outros e serão as mais
baratas e outras irão ao seu encontro e dar-lhe-ão a experiência mais
realística possível. Mas não acaba aqui. Agora que se definiu o produto há que
produzi-lo! A loja enviará a diversos fornecedores, uns mais próximos outros
mais longínquos, as especificações das peças que constituirão o seu ferro de
engomar. Uns produzirão as peças de plástico em impressoras 3D, talvez a
carcaça por exemplo. Produzido também em impressoras 3D, mas desta feita em pó
metálico outro fornecedor fará a peça da base, etc. Tudo isto será acompanhado de
códigos que enviarão as peças todas a uma pequena unidade cuja única função é
montar tudo, embalar e entregar na transportadora que lho há-de entregar em
casa em nome da loja.
Sim, o mundo do futuro passará
por muitas destas PMEs (pequenas e médias empresas), talvez até mesmo
micro-empresas que através de uma comunicação digital construirão, os
equipamentos que farão parte das nossas vidas.
Como se pode imaginar com
relativa facilidade, as lojas terão engenheiros e designers que nos ajudarão a
criar os nossos objetos de sonho. Haverá na “cloud” milhares de projetos
disponíveis dos quais partir para alimentar toda esta gigantesca máquina
produtiva, que não produzirá massivamente como hoje, mas em acordo com as
nossas necessidades.
Assim como cada loja se especializará
em determinados tipos de produtos, também as unidades produtivas se
especializarão em determinados processos. Além do mais, novos processos serão
criados na tentativa de conquistar clientes. Talvez por exemplo, alguém consiga
uma bateria mais fina e de maior capacidade, que permita outro tipo de produtos
e/ou design. Este produtor, anunciará isso às lojas e estas passarão a
apresentar isso aos seus clientes. Nada é gasto entretanto, nenhum recurso
desperdiçado, até que um cliente incorpore essa novidade no seu produto.
Estou convencido que a economia do futuro será assim mais ecológica, sem deixar de ser vibrante!
Repare que pode levar o seu velho produto à loja e dizer que está farto dele e que lhe quer dar uma “roupagem” nova ou acrescentar uma nova funcionalidade. Ou talvez tudo o que o produto precise é de uma pequena manutenção e aí, vai à loja e eles com facilidade substituem as peças que é preciso.
Além de que velhos equipamentos podem ser desmontados e reciclados em outra fileira em parceria com as lojas.
Estou convencido que a economia do futuro será assim mais ecológica, sem deixar de ser vibrante!
Repare que pode levar o seu velho produto à loja e dizer que está farto dele e que lhe quer dar uma “roupagem” nova ou acrescentar uma nova funcionalidade. Ou talvez tudo o que o produto precise é de uma pequena manutenção e aí, vai à loja e eles com facilidade substituem as peças que é preciso.
Além de que velhos equipamentos podem ser desmontados e reciclados em outra fileira em parceria com as lojas.
Haverá muito campo para
abundância de empregos, neste particular. Empregos como se vê de toda a
espécie, desde engenheiros, designers e operários altamente qualificados a
montadores indiferenciados.
Negócios individuais
Rumo a essa nova economia e
enquanto não chegamos lá, onde devemos fazer as nossas apostas?
Naturalmente a educação é sempre
uma mais valia. E apostar em ganhar novas qualificações é sempre uma aposta
ganhadora, desde que essas qualificações satisfaçam a um qualquer elo desta
nova economia que há-de vir.
A seguir algumas recomendações de
atividades que serão valorizadas e que pode começar já a desenvolver.
Fotografia
Se gosta de fotografia ou tem
muitas, guarde-as bem, arquive-as adequadamente pois com a impossibilidade de
poder viajar essas imagens serão valorizadas.
A edição de fotografia e o webdesign também vão ser atividades valorizadas.
A edição de fotografia e o webdesign também vão ser atividades valorizadas.
Impressão 3D
Compre uma impressora 3D do seu
agrado e comece a tornar-se proficiente com ela. Como se viu com o fabrico de
viseiras para os profissionais de saúde, já não é mais um brinquedo.
Existem muitas de diferentes
modelos. Não importa muito qual o seu, numa primeira fase o que precisa é
perceber como funciona e sentir-se confortável com ela. O resto é sempre
possível fazer “upgrades” ou comprar uma outra.
Produção de álcool
Seja para produzir gel
desinfetante, seja para produzir uma bebida espirituosa um destilador será
sempre útil. O destilador pode servir também para extrair óleos e essências, de
flores por exemplo, para a indústria da cosmética e da perfumaria. Compre um,
não muito grande, e comece a praticar. Para produzir álcool vai precisar de
alguma matéria prima, podem ser os frutos das árvores do quintal, batatas, etc.
Desde que o que usa tenha um certo teor de açúcar, então é certo que pode
produzir álcool. Onde encontrar esta matéria-prima? Pode ter no quintal como já
dissemos, mas também pode comprar. A um produtor vinícola pode comprar os
engaços depois de espremidos que é até aquilo com que se faz a aguardente. Pode
comprar maçãs por atacado, etc.
Depois de aprender pode fazer gel desinfetante e vendê-lo.
Depois de aprender pode fazer gel desinfetante e vendê-lo.
Atenção que na legislação atual você
não pode ser destilador sem uma licença! Informe-se por favor.
Reparações
Com o poder de compra a encolher
face à depressão económica que por aí vem, as pessoas se puderem mandar reparar
ao invés de deitar fora e comprar novo, vão preferir. Velhos hábitos vão ter de
mudar, que hoje fica mais barato comprar novo do que arranjar. Isso vai
gradualmente mudar e as impressoras 3D também vão ajudar ao imprimirem aquela peça
que faz falta e que ninguém vende!
As reparações de toda a espécie
vão ser recurso de muito gente, quer para ganhar algum, quer para poupar algum.
Produção agrícola e pecuária
Com as limitações de contacto as
pessoas vão apostar muito mais no que é local, logo a produção agrícola local,
regional ou nacional vai passar a ter prioridade, por esta ordem. E as pessoas
vão precisar de continuar a comer, pelo que se puder dedicar-se a esta
atividade, será uma vantagem para si.
Em relação à pecuária, trata-se de pequena pecuária, ou daquela que é auto-suficiente. Se tem de recorrer a rações de forma intensiva, então esqueça.
Em relação à pecuária, trata-se de pequena pecuária, ou daquela que é auto-suficiente. Se tem de recorrer a rações de forma intensiva, então esqueça.
Nesta área passará a haver um
aumento da criminalidade, já que pessoas muito pobres vão querer comer também e
se puderem ir ao seu campo… Talvez possa reduzir essa possibilidade se tiver a
possibilidade de empregar alguém em troca de alimentos.
Escritores
Na medida em que o teatro e o
cinema vão sofrendo os efeitos da pandemia e se mantiver a obrigação do
distanciamento pessoal, é provável que as pessoas redescubram o prazer de ler e
voltem a esse bom e velho hábito.
Portanto, os escritores
continuarão a ser precisos e necessários. Atualmente só uns privilegiados se
podem sustentar pela sua escrita. Uma larga maioria tem publicado às suas
custas e mantém-se na sombra. Estou convicto que isso vai mudar.
Se tem jeito para a escrita,
recomendo que faça o seu próprio “site” e venda os seus livros sob o formato
eletrónico. Não se arme em purista que com a crise os livros em papel irão
ficar caríssimos! Portanto o formato eletrónico passará a ser a escolha óbvia.
Existem portais que tratam de
vender aquilo que os escritores estão dispostos a publicar mediante a cobrança
de uma comissão. Veja se lhe interessa as condições que oferecem, pois pode ser
outra alternativa. Mas não pense que vai ganhar fortunas. Esses sites ganham
sempre, vendam o seu livro ou de outro desgraçado igual a si, por isso não vão
gastar um tostão a promovê-lo. Terá de ser você a fazer o marketing. Ora, se já
tem o trabalho, quer de escrever quer de promover, porque não ganhar tudo ao
invés de o dar a ganhar a outros?
Músicos
Continuaremos a ouvir música, mas
já não iremos a concertos. Portanto, a música também precisará adaptar-se.
Existem muitas plataformas para os músicos monetizarem o seu conteúdo e aí
estamos mais ou menos como os escritores.
Há que estudar as possibilidades
e dar-se a conhecer.
Existem aqui infinitas
possibilidades: desde ensinar a tocar um instrumento, a compor, a produzir,
etc. Podem estabelecer-se parcerias e colaborações, em que por exemplo alguém
compõe, alguém toca e outro canta e finalmente alguém produz. Tudo sem sair de
casa!
Cineastas
Não se trata de fazer cinema como
agora, mas com vários colaboradores, recorrendo aos computadores já há muita
gente a fazer por aí uns trabalhos muito interessantes. Como isso pode render
algum? Talvez monetizando um canal no YouTube.
Presumo que o trabalho não
compense, mas com o fim do cinema tal o qual o conhecemos, pode ser que esse
lado tenha uma oportunidade.
Portanto, aprenda já uma linguagem de programação ou a configurar uma rede, ou a administrar um servidor, desenhar um site! A essas profissões não faltarão oportunidades de emprego.
Atividades relacionadas com o mundo digital
Todas, mas mesmo todas as atividades relacionadas com o mundo digital estarão em alta, sendo valorizadas. Programadores, administradores de redes, instaladores de equipamentos e de redes, web designers, etc.Portanto, aprenda já uma linguagem de programação ou a configurar uma rede, ou a administrar um servidor, desenhar um site! A essas profissões não faltarão oportunidades de emprego.
Epílogo
Ninguém sabe que configuração
traz o mundo de amanhã. Há quem diga que nos tornaremos escravos da gleba de uma
Elite que nos controlará ao pormenor, sabendo em cada momento da nossa posição
e disposição e que se tivermos tendências que considerem perniciosas, que
possam carregar num botão e fazer-nos desaparecer depressa. Claro que a falta
de obediência incondicional será considerada perniciosa. Mas quem quer uma vida
sem ser dono dela?
Já hoje somos todos escravos da
Banca e mais uma vez, mesmo numa situação de catástrofe, todas as medidas
tomadas visam que esta não se afunde. Já afundou uma vez em 2008, impondo aos
pobres do mundo que a salvassem dos seus próprios erros com austeridade,
desemprego e miséria. Espero que não repitam a receita e que se repetirem,
desta vez não haja nenhuma paz social.
O que escrevi acima, pode ser uma fuga para a frente, uma proposta de soluções para navegar num mar desconhecido.
O que escrevi acima, pode ser uma fuga para a frente, uma proposta de soluções para navegar num mar desconhecido.
Os portugueses já foram por mares
desconhecidos e descobriram o mundo. Podemos repetir.
Foi editado em 18/Abril/2020
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